quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Addis Ababa
pelo click de Uqueio
A Etiópia, oficialmente República Democrática Federal da Etiópia, é um país encravado no corno do nosso continente, sendo um dos mais antigos do mundo. É a segunda nação mais populosa de África e a décima maior em área. Faz fronteira com o Sudão e com o Sudão do Sul a Oeste, com o Djibuti e Eritreia a Norte, com a Somália a Leste e o Quénia a Sul. A sua capital é Addis Ababa.
Considerando que a maioria dos estados africanos tem menos de um século de idade, a Etiópia foi um país independente continuadamente desde tempos passados. Um estado monárquico que ocupou a maioria da sua história, a Dinastia Etíope tem as suas raízes no século X a.c. Quando o continente africano foi dividido entre as potências europeias na Conferência de Berlim, a Etiópia foi um dos dois países que mantiveram a sua independência. A nação foi uma dos três membros africanos da Liga das Nações, e após um breve período de ocupação italiana, o país tornou-se membro das Nações Unidas. 
Quando as outras nações africanas ascenderam à independência após a Segunda Guerra Mundial, muitas delas adoptaram as cores da bandeira da Etiópia, e Addis Ababa tornou-se a sede de várias organizações internacionais focadas na África. Em 1974, a dinastia, liderada por Hailé Selassie, foi deposta. Desde então, a Etiópia é um estado secular com variação nos sistemas governamentais. Hoje, Addis Ababa ainda é sede da União Africana e da Comissão Económica das Nações Unidas para África. O nosso colega de imagem Carlos Uqueio esteve em Addis Ababa e captou o pulsar da capital.
Texto: Andre Matola








Toma conselhos com o vinho
mas toma decisões com a água
Texto de: Belmiro Adamugy
Fotos: Charles Uqueio
Os anseios humanos são infindáveis. São como a sede de um homem que bebe água salgada. Não se satisfaz e a sua sede apenas aumenta. Daí a importância da água potável. Água que às vezes rareia. Água que faz tanta falta como o pão à boca de uma criança esfaimada… é como diz a sabedoria popular, só percebemos o valor da água depois que a fonte seca. 
O nosso colega de imagem nem precisou passar pelo mesmo tormento e ainda assim se compadeceu do sofrimento alheio. Sofrimento que, deve ser visto a duas velocidades… sim porque há o sofrimento da falta de água e há o tormento de quem a tem mas é obrigada a carrega-la a cabeça. E é interessante notar – pelas imagens – como a alegria de ter alguns litros de água, elimina todo e qualquer resquício de padecimento. Há como um renascer em cada gota conseguida.
Os furos de água, aqui e ali, têm, para além de matarem a sede, esse condão social de juntar várias almas num lugar e, por via disso, servirem de descarregador de outras tantas mazelas distribuídas pela vida. Nos fontanários dissipam-se “nuvens negras” nos lares, aprendem-se novas estratégias de sobrevivência e até novas receitas para agradar as famílias. Ali também são denunciados os que andam “desviados” dos caminhos da rectidão. As crianças conhecem e fazem novos amigos e os mais velhos desabafam as amarguras da vida. 
Há, como que um brotar de novas vidas…
Não foi por acaso que tomamos a frase de Benjamim Franklin para titular o texto; é que a importância da água transcende a simples utilidade de matar a sede, cozinhar, lavar a roupa ou tomar banho. A água serve também para limpar a alma conspurcada pelas mazelas diárias da vida. Há momentos em que a água, mais do que o vinho – e que nos perdoe Baco – serve mais para animar e fazer ressurgir o que há de melhor no ser humano!