quarta-feira, 1 de abril de 2020

Quando o sol raia em Adis Abeba(Etiopia)
                                
                                                          
                                                        Texto: Carol Banze
                                                         Fotos: Carlos Uqueio

                                       
Nem sempre o raiar do sol liberta o homem do azedume da vida. Mas também, como diz o outro, nunca houve uma noite ou um problema que pudesse derrotar o nascer do sol ou a esperança. Assim, a cada raiar, brota a força interior libertada de almas imbuídas de prazer, prazer de colher, de viver.
Em Adis Abeba, uma cidade africana fundada em 1886, marcadamente comercial e cultural, o sol promove o calor humano e empurra-o apressadamente em direcção à rosa-dos-ventos, indicando, desse modo, o rumo aos indivíduos que a habitam. Ali, homens e mulheres cruzam-se entre o tracejado típico da modernidade, reflectido no tamanho dos arranha-céus possantes e exuberantes. Estas criações arquitectónicas, que se distribuem pelas inúmeras artérias da cidade, “contemplam” a azáfama humana exibindo perfis refinados que se distinguem dos outros povos pelo tracejado sem igual. Algumas destas molduras em forma de carne desfilam as vestimentas que traduzem as suas convicções e opções.
No largo das avenidas há espaço para tudo e todos; para o velho e para o novo. Veículos motorizados e não só transportam sonhos despertados dos homens que acordam para a vida.
E o que dizer de quem se prostra jogado num recanto da cidade? Pois, é deste modo que se configura a antítese típica das grandes cidades, onde se encontram ricos e pobres; o feliz e o infeliz.
Seja como for, o colorido desses lugares e das respectivas gentes acendem a todo instante a luz da esperança por dias melhores, afinal a vida é feita para ser vivida bem ou mal; empoleirado em amontoados de madeira; agarrado a uma fresta de vidro ou circulando centímetro a centímetro confiante no lucro que chega centavo a centavo, debaixo do sol. Em Adis Abeba, a vida corre como se conduz. À velocidade imposta pelas suas gentes. E o olhar de lince de Carlos Uqueio viu, gostou e registou.











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