Quando o galo cacareja…
Por Carlos Uqueio & Pretilério Matsinhe(texto)
Todos os dias, tal como o sol, de forma religiosa, nunca falha no seu movimento de rotação, assim é também para algumas povoações do posto fronteiriço de Ressano Garcia. Faça sol, faça chuva, lá estão elas, com o sorriso no rosto, capulana na cintura e lenço na cabeça, com as suas mãos de guerreiras, mãos que lavram a terra, mãos com calos...lá estão elas em busca da vida. Quem fala da vida, se refere à água.
Com os seus bidons à cabeça, percorrem distâncias, galgam montanhas e levam do rio para casa o líquido precioso. Nessa empreitada, os petizes não ficam atrás. Também eles, montam nas suas cabeças bidons, vezes há que empurram carrinha de mão, juntam-se às mães e se ocupam das conversas da vida para enganar a tortuosa distância. É assim que vivem em Ressano, as imagens da lente poética de Carlos Uqueio atestam. E quando o galo cacareja, são de novo 5 horas da madrugada. O ciclo se repete. E a busca pela água é a mesma. É o preço para molhar a garganta...!
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