sábado, 23 de julho de 2022

                                 Parecia domingo mas era quinta-feira


Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga,publicado no jornal noticias,Julho 2022

Na quinta-feira, a baixa da cidade de Maputo apresentou-se com novo "figurino". Não apresentava as habituais aglomerações causadas por várias pessoas que a ela se fazem para diversos fins como trabalhar, comprar e passear. A maioria confinou-se em casa, devido a ameaças de greve dias antes feitas através das redes sociais. E de facto houve, em Maputo e Matola, algumas zonas de tensão caracterizada por obstruções de vias de acesso com pedras e pneus, despertando a necessidade de vigilância permanente da Polícia. Entretanto, o cenário era outro na baixa, conforme documentou o nosso repórter de imagem Carlos Uqueio, numa ronda pela cidade, que esteve silenciosa e abandonada por pelo menos 24 horas. A quinta-feira parecia domingo, pois para quem conseguiu fazer-se a cidade, a vida correria normalmente como se a greve realmente não tivesse passado de mera ameaça.







quinta-feira, 7 de julho de 2022

                                               



                                              CIDADE DE KIGALI,RUANDA

Aventura sem fim!

 

Por Carlos Uqueio e Belmiro Adamugy

Publicado no jornal domingo, Julho de 2022

A capital do Ruanda  Kigali  transformou-se rapidamente numa das cidades mais faladas do mundo, muito por culpa de um passado menos glorioso, mas também por se ter tornado rapidamente uma cidade vibrante.

Mistura traços modernos com as tradicionais construções de outros tempos… em Kigali, tanto se vê um prédio moderníssimo como logo se vê uma casa de “pau a pique”… mas a mesma cidade tem muito a oferecer em termos de turismo e pode ser explorada em roteiros variados. Em um dia, por exemplo, dá apenas para conhecer o mais básico do centro histórico e quantos mais dias ficar haverá locais para explorar na cidade e redondezas.

As ruas, sobretudo no centro da cidade, são bem limpas e o trânsito, como não podia deixar de ser, “acotovela-se” devido à pressa de um e outro motorista. Há uma profusão de monumentos. Não faltam coisas para ver e provar. Desde as comidas típicas, cujos ingredientes básicos são bananas, leguminosas, bata-doce e mandioca.

Entretanto, porque vivemos num mundo maravilhoso, cheio de beleza, charme e aventura, só alguns olhos mais atentos conseguem captar a alma dos lugares. Carlos Uqueio registou na retina alguns instantâneos de Kigali que aqui partilha… e fica claro que não há um fim para as aventuras que podemos ter, se as procurarmos com os olhos abertos. 








sexta-feira, 1 de julho de 2022

                                 Faz-se vida nos semáforos


Por Carlos Uqueio e Lucas Muaga
Publicado no Jornal noticias
Junho 2022

CADA vez que o semáforo mostra o sinal vermelho, anuncia a esperança para muitas pessoas. E cada vez que um carro pára nos semáforos, abre-se uma oportunidade de negócio para vários cidadãos. Nos semáforos, cada sinal vermelho é uma indicação que uma família tem comida, escola, transporte, entre outras despesas básicas garantidas. É que os semáforos já não são apenas mais um canto da estrada, é um pequeno bazar informal prenhe de gente que não se conforma com a ideia de o país ter altos níveis de desemprego no país. Não se deixam confinar nas suas casas, afinal há vida nos semáforos!










sábado, 11 de junho de 2022

                                                      Hora de ponta!

Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga

É SEMPRE das mais difíceis porque todos querem voltar às suas casas o mais cedo possível para desfrutar do tempo livre que sobrar para coisas diferentes de trabalhar ou estudar, dependendo da ocupação de cada um, e fazer aquilo que lhes faz bem à alma. Entretanto, na hora de ponta há sempre um obstáculo pela frente, a quotidiana luta pelo chapa, conforme documentado pelas lentes do nosso colega de imagem Carlos Uqueio, que mostram que num chapa, por mais cheio que esteja, sempre cabe mais um. Faça chuva, faça sol, este é como um pão de cada dia que apanhar é acima de tudo uma obrigatoriedade, ainda que ciente de que, no caso dos “my love”, é por vezes transportado como se duma mercadoria se tratasse. É enfim inevitável a dura realidade que faz quotidianas as reflexões sobre a necessidade de melhorar o sistema de transporte no país.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

                     Encontrar bonança na tempestade

ELES atravessam o fogo e salvam vidas. O fogo, com o seu poder de consumir tudo ao seu redor, não os intimida. E, para fazer face a ele, treinam e imaginam a vida por salvar, a qualquer momento, todos os dias. Estão sempre prontos para combater, afinal, sentem o planeta querendo repousar através da sua coragem. Carlos Uqueio, repórter de imagem desta Redacção, foi ao encontro do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) e acompanhou o treinamento desta “tropa” que dá a vida para salvar o próximo com muito zelo e profissionalismo. Entendemos que nada melhor do que cliques para prestar homenagem a estes profissionais, cuja dinâmica não se resume na luta contra incêndios e que acham bonança durante a tempestade. Acompanham vários sinistros. Estão no terreno em caso de grandes ou pequenos desastres, naturais ou não. Tal como o fogo, também a morte não lhes assusta e, por isso, dão grande sentido ao 4 Maio, Dia Internacional do Bombeiro, data instituída em 1999 após a morte de cinco bombeiros num incêndio, na Austrália. 




segunda-feira, 25 de abril de 2022

Eterna rivalidade Homem-chuva

Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga

A CHUVA, muitas vezes necessária quão importante, é um dos fenómenos mais temidos pelos moçambicanos. Sobretudo os que residem nos centros urbanos e na periferia que, ao contrário dos que vivem nas zonas rurais, dependentes da agricultura, não imaginam a abundância que ela anuncia. É que basta um pingo para estas áreas habitacionais ficarem completamente alagadas e ameaçadas pelo “fantasma” das cheias, que ainda este ano causou terror na região centro do país. E não é para menos, pois ainda esta semana choveu na Zona Sul e em muitos bairros da província e cidade de Maputo, tendo se instalado um ambiente de caos. Quando a chuva começou a cair surpreendeu a todos. E foi só pisar na água, tentar esquivar, beber e respirar água, escutar o seu som algo aterrador e por onde passar dar de caras com ela sempre na sua irónica presença, afinal nem nas casas, invasiva que é, consegue levantar o pano branco das tréguas. Bom foi o nosso colega Carlos Uqueio ter se ajeitado para dar corpo aos cliques que eternizam esta rivalidade Homem-chuva.












quarta-feira, 20 de abril de 2022

        E a água tudo tramou!

 

Por: Carlos Uqueio & Belmiro Adamugy

publicado no jornal domingo,17/04/2022


A chuva tem um poder incrível. Dá e tira. Pode fazer brotar um sorriso no rosto de quem está com sede, mas pode também arrancar lágrimas da alma de quem, impotente, a vê chegar em demasia. Ela põe e dispõe… não é por acaso que a sabedoria africana conclui que a água sempre descobre um meio.

 

O país tem sido vitima privilegiada desse capricho da natureza. Ainda há pouco vimos como a chuva pode fazer coisas de arrepiar o mais corajoso dos homens. Caiu em demasia e revelou, com uma ferocidade sem paralelo, as nossas fragilidades: casas ruiram, estradas transformaram-se em enormes piscinas, gentes viram as suas vidas viradas de avesso.

 

O olho atento de Carlos Uqueio, foto-jornalista de espírito aguçado, captou momentos que nos fazem pensar sobre o país que estamos a (des)construir. Se é certo que a chuva tem uma força descomunal, também é verdade que bastas vezes é a incuria humana que propicia o palco para que a precipitação atmosferica se transforme num dilema ainda maior.

 

Cortamos os caminhos naturais da água - esquecendo que ela conhece os caminhos - entupimos as valas de drenagem e derrubamos a vegetação com sadismo. O resultado está ai. A água que nos devia aliviar, traz dor… e quando a estiagem chegar, voltaremos a chorar.