Mãos que
“tecem” a terra
Texto: Belmiro Adamugy
Fotos: Carlos Uqueio
Fotos: Carlos Uqueio
A velha sabedoria africana ensina
que as nossas mãos são as que melhor secam as nossas lágrimas. Vale o mesmo
para tudo o resto. Se tomarmos nós mesmos as iniciativas a probabilidade de
êxito é maior.
Torrado, cozido, pilado, o amendoim entra-nos casa adentro e
assenhora-se dos nossos sentidos. Vê-lo prontinho disfarça a canseira que é o
processo de preparação. Só mesmo mãos treinadas pela experiência para nos
propiciar o deleite de degustá-lo.
Carlos Uqueio, foto-jornalista de
olhar arguto, captou com leveza esse tear que é a vida a partir das mãos que
tecem a terra para dela brotar o alimento para a alma. Atente-se nos detalhes.
Nos calos que o tempo plantou nas mãos que, gretadas e às vezes maltratadas,
são capazes de perceber a beleza e o encanto de uma planta que esconde na terra
o segredo dos deuses. Há uma vitalidade perceptível não apenas pela
persistência mas também pela capacidade de começar de novo a cada novo ciclo da
natureza.
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