África
Texto: Pretlerio
Matsinhe
Fotos: Carlos
Uqueio
Perdeste a tua
essência quando permitiste que descortinassem o véu da tua inocência. Foste
pisoteada, lavrada, pilhada, humilhada, ferida até nas tuas entranhas e viste
os teus pequenos seres que brotavam na pureza a sangrarem mundo afora.
A penúria da
humanidade nunca te mereceu, mas te esforçaste para acolher a todos com as suas
impurezas. Tu és forte, doce e leve. Por isso perdoaste as angústias que a
ganância e a intolerância te causaram. Hoje te alegras ao amanhecer e veres o
sol a brilhar, ao acordares ao som dos passarinhos e estás a trilhar novos
caminhos, construindo a tua história.
És África da
alegria, do sorriso fácil, hospedeira...mãe porque do teu ventre nasceram os filhos
que pincelam o mundo. Levanta-te,
África, continua a sonhar, a caminhar, a bailar o Tufo, o Mapiko ao som da
Timbila, dos tambores que rufam ao anoitecer.
Leva a tua voz
para o mundo, espalhe a humanidade, combate as tuas doenças, luta contra o capitalismo
que devasta as tuas bênçãos divinas, que destrói o verde de esperança e deixa-te ensanguentada de desgosto. Limpa as
lágrimas e sorri, tu és o mundo, África.
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