sábado, 25 de maio de 2019



                                           África

                                   


Texto: Pretlerio Matsinhe
Fotos: Carlos Uqueio



Perdeste a tua essência quando permitiste que descortinassem o véu da tua inocência. Foste pisoteada, lavrada, pilhada, humilhada, ferida até nas tuas entranhas e viste os teus pequenos seres que brotavam na pureza a sangrarem mundo afora.



A penúria da humanidade nunca te mereceu, mas te esforçaste para acolher a todos com as suas impurezas. Tu és forte, doce e leve. Por isso perdoaste as angústias que a ganância e a intolerância te causaram. Hoje te alegras ao amanhecer e veres o sol a brilhar, ao acordares ao som dos passarinhos e estás a trilhar novos caminhos, construindo a tua história.

És África da alegria, do sorriso fácil, hospedeira...mãe porque do teu ventre nasceram os filhos que pincelam o mundo.  Levanta-te, África, continua a sonhar, a caminhar, a bailar o Tufo, o Mapiko ao som da Timbila, dos tambores que rufam ao anoitecer. 

Leva a tua voz para o mundo, espalhe a humanidade, combate as tuas doenças, luta contra o capitalismo que devasta as tuas bênçãos divinas, que destrói o verde de esperança e  deixa-te ensanguentada de desgosto. Limpa as lágrimas e sorri, tu és o mundo, África. 





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