Texto: Belmiro Adamugy
Fotos: Carlos Uqueio
Há qualquer coisa que nos fascina quando olhamos para as mãos de
alguém… é como se rivalizassem com os olhos pelo estatuto de espelho da
alma; afinal, tanto as mãos, quanto os olhos, falam, revelam o que vai na
alma do Homem.
Olhando para as fotos - captadas pelo foto-jornalista Carlos Uqueio - não
deixam de chamar a atenção dos nossos olhos as mãos que manuseiam a
castanha de caju. São mãos delicadamente femininas que transformam
aquela casca escura e oleosa numa inocente e cândida castanha.
O trabalho greta as mãos. Escava a alma. A habilidade, fruto de muitas horas
a descascar, seleccionar e embalar a castanha, não disfarça o sofrimento
porque passam aquelas trabalhadoras que de sol a sol buscam ali o sustento
dos seus.
Ademais, como diz o escritor, o mundo está nas mãos daqueles que têm a
coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos. E há sonhos que
“custam maningue”… custam as mãos de quem sonha e almeja o pão do dia-