Resgatar e cultivar a solidariedade

     

Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga, publicado no dia 16/12/2023, Jornal noticias

“UMA mão lava a outra”, diz um velho adágio aqui convocado para falar de um assunto sempre relevante, a solidariedade, definida pelos dicionários como um sentimento que leva alguém a tentar ajudar o outro ou a compartilhar o seu infortúnio. Vê-se de antemão que estamos perante um dos valores mais nobres da humanidade e, olhando para as vicissitudes diárias, podemos notar que, em muitos, fica-nos o desafio de resgatar este valor supremo. Este “Clickadas” é constituído por fotografias captadas em vários pontos de Maputo pelo repórter fotográfico do “Notícias” Carlos Uqueio, como quem diz: podemos começar por apoiar os nossos irmãos deficientes, até porque a mostra de Uqueio é justamente montada no mês em que se assinala o 3 de Dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Do resto, preferimos deixar as images falarem por si mesmas, pois já sabemos que elas valem mais do que mil palavras.

                                Quando a natureza decide rebelar-se

                                    

Por Carlos Uqueio e Lucas Muaga,publicado na edição do dia 18/11/2023.Jornal noticias

A EROSÃO costeira está a atacar o bairro dos Pescadores, na Costa do Sol, cidade de Maputo. A areia anda tão sumida ao ponto ser possível apreciar as raízes das árvores. Vive-se um clima de perigo iminente. A qualquer momento, as árvores podem cair, e sabe-se lá que danos criarão. Estão todos cautelosos, pois o vento e o mar também andam agitados, que o diga o muro de contenção ali construído. Está “estatelado” no chão, incapaz de conter a fúria das águas, como se estivesse rendido e a pedir socorro. Agora são o mar, as árvores e o vento em direcção combativa. É, enfim, a natureza a rebelar-se à sua maneira. Esta pequena mostra fotográfica, montada pelo repórter de imagem do “Notícias” Carlos Uqueio, denuncia o acima exposto e alerta para a possibilidade de desaparecimento de uma zona, por sinal nobre, da capital do país e que merece um cuidado especial das autoridades.  

                                          Alguns pedaços de futuro

Por Carlos Uqueio & Gil Filipe, publicado no jornal noticias 28/10/2023

A educação é um dos pilares para a construção de uma nação. É por isso que ela não tem que ser negligenciada e é por isso que, neste espaço, temos trazido várias reflexões sobre este sector. Em Moçambique ela é há muito assumida como desafio, porém ainda longe de poder ser considerada a ideal, porque as dificuldades e as anomalias ainda são várias. Entre a insuficiência de infra-estruturas e de meios de aprendizagem o que se mantém é o entusiasmo de muitos meninos para irem às escola buscarem o saber e sob a batuta de professores, que são a ponte para o alcançarem. As imagens do nosso colega Carlos Uqueio, captadas recentemente na Zambézia, testemunham essa negação à resignação e o entusiasmo de quem já é o futuro deste país.

 

                                            Por Samora... vai uma dança

Por Carlos Uqueio & Gil Filipe, Publicado no jornal noticias 30/09/2023

DE tudo o que sabemos de Samora Machel acrescentamos mais algo, que também sabemos. Foi um grande impulsionador da cultura moçambicana. A Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), qual monstro com vida intermitente no panorama artístico nacional, é disso testemunha. Homenageou o primeiro Presidente moçambicano na quinta-feira, na inauguração do Centro Cultural Moçambique-China, em Maputo. Foi através de uma actuação soberba, no dia em que, fosse vivo, Samora faria 90 anos. De certeza exultaria de muita alegria. A CNCD montou há alguns anos a peça “Hanya Machel” (vive, Machel, traduzido do Xichangana) e o propósito foi exactamente este: celebrar a vida e a obra de um homem que ajudou a construir Moçambique e os seus valores. Pena a sua vida ter sido interrompida a 19 de Outubro de 1986, quando o avião em que viajava se despenhou em Mbuzini, África do Sul. Mas esse não foi o fim de Samora, pois ele ainda vive no seio dos moçambicanos. É caso para dizer: vive, Machel!, como retratam as imagens do nosso colega Carlos Uqueio.

                                 Prever e combater desastres naturais

               Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga,   publicado no jornal noticias, 9 de Setembro de 2023                   

APROXIMA-se a época chuvosa no país. Mais um capítulo da série “Inundações” será acompanhado ao vivo, tendo, como sempre, os residentes das zonas de risco como os principais personagens. É neste espírito que este “Clickadas” é escrito, pois não é preciso esperar pelo perigo, previsível, para se tomar medidas. Há que começar agora a alertar as pessoas sobre o desastre que se aproxima e levá-las a zonas mais seguras. Esta pequena mostra fotográfica de Carlos Uqueio, nosso colega de imagem, convida o Governo e público em geral para uma reflexão sobre a necessidade de se abandonarem zonas propensas a cheias. Estas imagens foram captadas em vários lugares do município da Matola e servem de amostra do que se espera nos próximos meses devido à não resolução destas questões que estão também ligadas à falta de saneamento do meio. 

 

                                                                     CHÁ DE GURUÉ 

                                   Uma tradição por eternizar

Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga, publicado no jornal noticias 2/9/2023

ZAMBÉZIA é uma província repleta de maravilhas. É a terra da bicicleta e do frango à zambeziana. É nela que se localiza o famoso rio dos Bons Sinais, dos mais belos e mais icónicos do país, bem próximo ao centro cultural com o mesmo nome, outrora Catedral Velha, cuja história inicia no século XVlll. Entretanto, escrevemos este “Clickadas” para lembrar doutra maravilha pouco citada quando se fala das boas coisas da zambézia, o Chá do Gurué, que urge potencializar e colocar no seu devido lugar. Estas fotografias, captadas pelo repórter de imagem Carlos Uqueio, mostram como é produzida e processada esta bebida com longa tradição na Zambézia e que pode ser das maiores apostas de Moçambique no comércio internacional, afinal possui uma qualidade difícil de encontrar em muitos mercados do mundo. As plantações do chá em Gurué fizeram daquele lugar um dos locais mais verdes daquela província do Centro do país. De longe, os campos agrícolas não passam de um belo jardim. Fazem o perfeito “casamento” entre o comércio e a estética. Por esta e outras razões, a plantação do chá é, sem dúvidas, uma marca e tradição que importa potencializar e eternizar.