domingo, 18 de dezembro de 2022

                                         No coração de Nova Iorque!


ESTIVEMOS em Nova Iorque através do nosso repórter de imagem Carlos Uqueio. E fotógrafo que é fotógrafo não resiste a um clique. Uqueio fotografou a cidade e captou a sua essência. Lê-se nas suas imagens que em Nova Iorque tudo é grande, como se vê nos prédios, nos veículos e nas pessoas que fazem da cidade um espaço de correria. Talvez nisso se encontre alguma semelhança com a nossa capital Maputo, pois em Nova Iorque também se não dorme, há sempre um trabalho por executar porque é também elevado o custo de vida. E a correria pode ser sinónima de fast-food (comida rápida), afinal esta é igualmente a terra do hambúrguer. Entretanto, é também uma cidade bela e repleta de luz, tanta luz que nos faz pensar que em Nova Iorque, provavelmente, não se dorme porque a noite é mais encantadora.

Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga

Publicado no Jornal Noticias, 17/12/2022
















sábado, 10 de dezembro de 2022

                                Mais bravura, mais determinação!



A DEFESA da pátria, essa que não se delega e que necessita da contribuição de todo os cidadãos do país, é nos dias que correm cada vez mais urgente. Tudo por conta, principalmente, dos acontecimentos em Cabo Delgado, onde terroristas desestruturam vidas e sonhos.

Ainda assim, nada que desanime jovens imbuídos de espírito de participação e de pertença quando o assunto é honrar e defender o país. É o caso dos jovens oficiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), acabadinhos de graduar na Academia Militar Marechal Samora Moisés Machel, em Nampula. Sabem dos desafios do país e entregaram-se de corpo e alma a eles, formando-se numa área hoje mais exigente, porque para enfrentar os infames que em Cabo Delgado desestabilizam não só a província, mas a nação como um todo.

A graduação destes jovens oficiais aconteceu numa cerimónia dirigida pelo dirigente máximo das Forças de Defesa e Segurança do país, o Presidente da República, que exigiu das FADM união e bravura. Perante Filipe Nyusi, estes jovens reviram-se nessa exigência, prometendo precisamente o que lhes é exigido: a bravura no mais nobre interesse da pátria: a integridade territorial e todas as outras formas de integridade através delas garantida. As imagens que acompanham este textinho são um símbolo, o da esperança de que a bravura e a determinação destes jovens vão somar-se a dos que já estão no campo de batalha.

Publicado na Edição do dia 10/12/2022, Jornal noticias











 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

                                         Um adeus artístico a Atanásio Nyusi








 

É educado bem-dizer de quem se parte. Por razões religiosas ou de pudor dos perecidos só se diz o bem. Quer dizer, quase sempre. Nestas linhas não estamos no quase nem a alinhar pelos bons costumes, para falar do Atanásio Nyusi. Sim, o Txoti da Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), que de repente se foi esta semana.

Atanásio teve sempre uma maneira peculiar de ser e de estar, comprometido com o seu “eu” que era o de artista dedicado e pronto para dar o máximo de si em prol da cultura, primeiro a da sua tribo, os makonde do planalto de Mueda, e a do seu país. Fê-lo na CNCD durante décadas e fê-lo depois, quando, por conta da idade, como outros colegas, deu um ponto final à sua filiação ao primeiro grupo cultural profissional em Moçambique. Quando se aposentou da companhia, Nyusi continuou a ser homem de cultura, criando e apresentando, experimentando e sendo bem-sucedido na dança, na música, no teatro ou cinema, para onde também se aventurou.

Nos meios que integrou o artista sempre fez questão de revelar-se como quem tem por perfil ser um de muitos, dispensando o tapete vermelho e preferindo, antes, ser ele a estendê-lo para os outros. Também por isso foi amado, como o demonstraram os seus colegas da CNCD na hora do adeus, na quinta-feira em Maputo, no Hospital Militar.

A CNCD, onde Atanásio Nyusi deixou certamente saudades, marcou o momento, apresentando parte do que foi o convívio cultural e humano de décadas com o falecido artista, cujos restos mortais repousam agora no Cemitério de Michafutene.

Texto publicado no Jornal noticias, 03/12/2022

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

                                                     

 

                                                             O comboio dos sonhos


Por:Carlos Uqueio & Belmiro Adamugy

Publicado:Jornaldomingo(https://www.jornaldomingo.co.mz/)

Quando o comboio achega-se apeadeiro, não são pessoas que abandonam o “cavalo de ferro”; são sonhos, muitos sonhos, que adentram pela cidade. Ganham forma e tomam a cidade e multiplicam-se em vidas e braços. Depois das 7h00, não há mais olhares apaixonados. Há gente que troca suor pelo pão. Lágrimas por letras. As idades desvanecem-se na imensa floresta de betão. Depois, quando o sol é substituído pela lua, lá voltam às carruagens.

Nada lhe pertence mais que seus sonhos, diz Nietzsche. É verdade. Quando os homens, mulheres e crianças voltam ao comboio, transmutam-se outra vez em sonhos. A única coisa que realmente lhes pertence. Vejam-se os olhos do passageiro que espreita pela janela ou a criança que inocenta a paisagem. Carlos Uqueio, foto-jornalista de pura sensibilidade, grafou instantes que se multiplicam em outras tantas vidas… como quem testifica: nunca deixe os seus medos serem maiores que os seus sonhos… senão nunca andarás de comboio!

 












segunda-feira, 8 de agosto de 2022




                         Amparar os necessitados

Por Carlos Uqueio e Lucas Muaga

Publicado in Jornal Noticias,Agosto de 2022

NA rua é comum ouvir-se dizer: “Vou à casa”. À tarde ou ao princípio da noite esta é a razão da disputa pelo chapa, da pressa de chegar à casa e sentir o doce conforto do lar. Entretanto, o nosso colega de imagem Carlos Uqueio saiu à rua para mostrar que há quem não diz: “Vou à casa”. Isto porque na rua dorme, na rua acorda, na rua conta as estrelas e sente o quão a vida é dura, “faça chuva, faça sol”, conforme diz Chico António num dos números do seu repertório musical. Come na rua e por vezes depende da solidariedade dos outros. Enfrenta vários preconceitos, como se fazer do chão o seu colchão tivesse sido tudo quanto sonhou. É a triste realidade de muitas criancas, jovens e adultos que pululam pelas ruas da cidade de Maputo. Estas imagens, com grande sentido humano de Carlos Uqueio, lembram-nos daquilo que aprendemos em tempos, mas que hoje fazemo-nos de esquecidos: amparar os necessitados! 














 

sábado, 23 de julho de 2022

                                 Parecia domingo mas era quinta-feira


Por Carlos Uqueio & Lucas Muaga,publicado no jornal noticias,Julho 2022

Na quinta-feira, a baixa da cidade de Maputo apresentou-se com novo "figurino". Não apresentava as habituais aglomerações causadas por várias pessoas que a ela se fazem para diversos fins como trabalhar, comprar e passear. A maioria confinou-se em casa, devido a ameaças de greve dias antes feitas através das redes sociais. E de facto houve, em Maputo e Matola, algumas zonas de tensão caracterizada por obstruções de vias de acesso com pedras e pneus, despertando a necessidade de vigilância permanente da Polícia. Entretanto, o cenário era outro na baixa, conforme documentou o nosso repórter de imagem Carlos Uqueio, numa ronda pela cidade, que esteve silenciosa e abandonada por pelo menos 24 horas. A quinta-feira parecia domingo, pois para quem conseguiu fazer-se a cidade, a vida correria normalmente como se a greve realmente não tivesse passado de mera ameaça.