sexta-feira, 6 de agosto de 2021


PANDEMIA DA COVID-19

Medidas de prevenção

violadas na calada da noite(Recolher obrigatório)

 

Aglomeração de homens e mulheres, cigarros, comidas e bebidas alcoólicas a rodos… Este é o ambiente desolador que se continua a viver nalguns bairros da cidade de Maputo, apesar dos apelos para a observância de medidas preventivas diante da pandemia da covid-19. 

domingo acompanhou as acções de fiscalização da Polícia da República de Moçambique (PRM) em alguns bairros da cidade de Maputo e relata episódios que testificam que, com raríssimas excepções, o decreto presidencial continua a ser pontapeado por alguns citadinos, mesmo numa altura em que o mundo reza para que os números de infectados e mortes baixem.

Tudo começou numa concentração no Comando Geral da PRM em Maputo, onde a instrução foi mandar fechar todos os estabelecimentos comerciais a funcionarem fora das horas previstas. A ronda policial visa também sensibilizar as pessoas a obedecerem a lei, advertir aos infractores para que cumpram com a lei bem como recolher os promotores da desordem, consumidores e vendedores de bebidas alcoólicas e seus produtos.

Sejam implacáveis; quem não quer estar na cela deve cumprir a lei, caso contrário bom trabalho”, instruiu José Homo, director da ordem a nível do Comando Geral da cidade.

Depois do protocolo, o efectivo composto por agentes das polícias de Protecção, de Trânsito e Municipal configurou as caravanas que se distribuiriam em todas as direcções da cidade de Maputo, conforme as rotas definidas.

domingo seguiu a equipa enviada a Chamanculo, bairro tido como um dos focos de aglomerados, consumidores de bebidas alcoólicas na via pública, entre outras infracções… ali, a Polícia flagrou estabelecimentos em pleno funcionamento fora das horas previstas.

Barbearias de estacas e zinco, barracas de manicure e alguns “take aways” na rua Dr. Lacerda e Almeida que atravessa o mercado Malanga funcionavam a todo o vapor, alguns dos quais com verdadeiros aglomerados.

No local, a Polícia recolheu 20 cidadãos que consumiam bebidas alcoólicas e os proprietários dos estabelecimentos. O grupo foi conduzido à 18.ª Esquadra da PRM para os devidos processos.

Naquela unidade, enquanto acompanhávamos a instauração de processos-crime dos 20 detidos, iam chegando outros indivíduos por razões diversas, desde a recusa de uso de máscara nos autocarros e outros flagrados a consumirem bebidas alcoólicas em diversos pontos.

Entre os que chegaram, estava uma jovem de 25 anos de idade, que disse que foi detida só porque estava na boleia de um colega do trabalho, onde outros ocupantes decidiram parar para tomar algumas cervejas, por ser  sexta-feira.

Outra cidadã, de 39 anos de idade, contou que o azar lhe bateu à porta quando estava a cuidar das unhas e dói-lhe o facto de o dono do estabelecimento ter escapado da detenção, pois pôs-se em fuga assim que notou a presença da Polícia.

Outra cidadã de 19 anos que está a contas com a Polícia é funcionária de “take away”. Ainda com sinais de medo, disse à nossa reportagem que normalmente fecha o estabelecimento na hora certa, mas naquele dia teve muita demanda e estava a preparar a última encomenda quando foi flagrada.

 

NA FISCALIZAÇÃO DA UIR

 

Noite adentro, domingo integrou ainda uma caravana da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e o primeiro ponto a escalar foi o bairro do Jardim, onde, por sinal, as operações anteriores tinham ajustado o comportamento dos agentes económicos.

As ruas daquela zona estavam tranquilas; antes da hora do recolher obrigatório já denunciavam algum vazio, não obstante a detenção de uma jovem que demonstrava euforia excessiva resultante do consumo de  álcool  na via pública.

Quanto aos pontos de venda, o ambiente era de total silêncio. A Polícia passou por um bar conhecido por protagonizar actos de desobediência, mas na altura estava mesmo encerrado. Cenário idêntico foi verificado nas barracas do Choupal.

 

DESMANTELADA DISCOTECA

CLANDESTINA NO BENFICA

 

O relógio marcava 21.00 horas quando a nossa reportagem na companhia da Polícia escalou o bairro George Dimitrov e o som estridente de música e gritos de alegria chamaram a atenção  dos agentes da Lei e Ordem.

A Polícia invadiu o local, alguns presentes tentaram escapar pelas janelas da improvisada  “discoteca”, mas  foram detidos 35 indivíduos entre homens e mulheres, todos embriagados, alguns dos quais mal conseguiam andar, bem como foi apreendida uma quantidade considerável de bebidas alcoólicas.

Em contacto com os detidos, domingo apurou que o local funciona como uma discoteca apelidada “Txila Night”.

O trabalho da Polícia continuou e no bairro do Zimpeto e, graças a uma  denúncia popular, foi possível desmantelar mais um local “escondido” numa residência para a venda e consumo de bebidas alcoólicas.

Os infractores intentarem manobras de fuga.  No acto da detenção, não se percebendo da presença da imprensa, a dona da casa tentou subornar a Polícia com dois mil Meticais, tendo sido recolhida com crime adicional no processo.

Durante a ronda, a equipa do domingo notou que na Estrada Nacional Número Um (EN1) até às 23.00 horas continuava a registar-se movimento de viaturas. A contrastar com esta realidade, a estrada circular estava vazia e silenciosa à semelhança de outras vias secundárias por onde foi possível fazer a ronda.

 

 

Venda e consumo de bebidas

continuam preocupantes

 

O porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Leonel Muchina, fez um balanço positivo da operação. Entretanto, reconhece que a venda e consumo de bebidas alcoólicas continuam preocupantes porque mesmo com as barracas fechadas a prática continua.

As mesmas pessoas que vendiam e consumiam bebidas nas barracas continuam a fazê-lo, mas agora nos quintais”, disse.

Muchina explicou que com essas práticas as cadeias de transmissão continuam activas e cada vez mais fortes, pois são famílias que são infectadas, afectando toda a sociedade.

Apesar disso, a fonte refere que há avanços no âmbito de denúncias de populares. Segundo disse, no princípio as pessoas não entendiam a importância da denúncia, mas estão a perceber que a aceleração da propagação da doença, em parte, deve-se à irresponsabilidade de algumas pessoas perigando, consequentemente, os outros que até obedecem as regras. 


Texto: Eduardo Changule

Foto-reportagem: Carlos Uqueio 

Publicado in jornal domingo

01/08/2021












 

sexta-feira, 16 de julho de 2021


                                  As badjias da vida!


SÃO muitas as mães que, como a dona Ana Francisco, se dedicam à venda de badjias para sustentar as suas famílias. Todos os dias, como está registado pelas lentes do foto-jornalista Carlos Uqueio, dona Ana Francisco acorda muito cedo para moer o feijão no alguidar de modo a transformá-lo em badjia. Em abono da verdade, há muito tempo, este já não é um simples produto. É dele que provém a renda de muitas famílias e é por isso um contribuinte para o crescimento, ainda que mínimo, da economia do país. Provém dos campos agrícolas para nutrir milhões de cidadãos, estes clientes que não são poucos e esta não é apenas uma realidade dum Moçambique. Há badjias do Rovuma ao Maputo. História e cultura são duas componentes que compõem os outros ângulos de visão, isto é, a outra forma de encarar esta iguaria que a própria dona Ana Francisco, testemunha, já vende desde 1993. A pensar nisso, aliás, foi um dos produtos mais apreciados da última feira de gastronomia organizada pelo Museu Mafalala, organizada num museu, um lugar de história e cultura. 

Texto-Lucas Muaga

Foto-Carlos Uqueio

Editado e publicado no Jornal Noticias

17/07/2021 























 

sábado, 3 de julho de 2021

                                     O bom exemplo das crianças




SER criança é sinónimo de alegria e inocência. É a fase da aprendizagem com muita diversão à mistura. E quando todos estes elementos são conjugados a infância torna-se perfeita. Nesta perfeição está a esperança do mundo em tempos de pandemia do novo coronavírus e de escândalos de dimensão apocalíptica envolvendo menores de idade em assuntos como o trabalho infantil e a exploração social. Por isso, contra esses males vale a pena apreciar os cliques do nosso colega de imagem, Carlos Uqueio, que dão uma sensação de alegria e transmitem a esperança de que o mundo precisa. E porque das crianças também se aprende, um dos bons exemplos é o esforço que vemos nelas a usarem a máscara, sinal de que os tempos de hoje são de protecção contra um mal mundial que é a Covid-19. Pena é que muitos adultos que têm a responsabilidade de deixar legado prefiram comportar-se de forma contrária. Mas, vale aqui a dica: usemos a máscara.




Texto:Lucas Muaga

Fotos:Carlos Uqueio

quarta-feira, 9 de junho de 2021

                                                     RECUPERAÇÃO DE AVC

          A locomotiva da esperança

Texto-Eduardo Changule

Fotos-Carlos Uqueio

Publicado no Jornal domingo
06.06.2021




É uma arena onde se trava uma luta para reparar danos sofridos pelo tão temido Acidente Vascular Cerebral (AVC). Falamos do campo do Ferroviário das Mahotas, localizado nos arredores da capital do país, Maputo. Aqui, várias batalhas são travadas com aquele inimigo que, cada vez mais, se torna tão comum, quanto indesejado. Tudo é feito nas sombras da madrugada.

 O que se nota é que, para quem passo-a-passo, apoiado numa bengala, arrastando a perna, por vezes de braço encolhido, lutava para ressuscitar os tecidos e resgatar os movimentos,  por ali encontra a locomotiva de esperança por uma vida melhor.

Pois é mesmo isso que acontece com os doentes que para lá acorrem diariamente  de movimentos condicionados. Pessoas que se levantam muito cedo, antes do sol raiar.  

domingo viu-as empenhadas, até mesmo antes do apito que os orienta para os movimentos coordenados sob a mira de um coach. Alguns adiantavam os exercícios de aquecimento, a centímetros dos seus colegas de jornada, que ainda se apresentavam com passos tímidos, pisando o chão com a ponta dos pés, afinal caminhar sem dificuldades, para estes, ainda constitui uma obra por concluir.

São pais e mães que viram os seus movimentos musculares paralisados devido aos efeitos da doença e, por causa disso, muitos perderam os respectivos empregos. Cada dia passou a ser uma oportunidade para voltar ao melhor de si. Na realidade, o futuro servirá para recuperar um passado infeliz, que chegou a desencadear outros problemas, principalmente os de de natureza social e financeira.

 

                                                   AO SOM

                                                  DO APITO

 

E, finalmente, o apito soa. Todos reduzem a marcha, desviam as atenções para dentro do campo onde, antes de tudo, num canto lavaram as mãos com água e sabão, para começar a ginástica.

Estendem as capulanas e mister Agostinho começa a orientar os movimentos. Com alguma limitação notável, dobram e estendem os músculos em várias posições durante cerca de uma hora.

Finda a primeira parte do processo,  para um momento de oração antes de orientações específicas em que, cada um, é chamado a fazer exercícios de acordo com o seu objectivo, afinal são pessoas com casos diferentes: há quem pretende recuperar os movimentos do braço, da perna, cintura.

A iniciativa sem nome, sem emblemas e nem representantes, actualmente conta com cerca de 60 pessoas, sendo 53 doentes com nomes, contactos, peso e idade registados numa sebenta do treinador. Os restantes são indivíduos principiantes ainda com alguma participação sazonal.

 

                                                RESGATE DE

                                                AUTO-ESTIMA

 

Nunca faltam almas generosas, como a do coach Agostinho Tomás, treinador de atletismo no clube Ferroviário das Mahotas que hoje, além de preparar os atletas do clube, se tornou orientador de ginástica para doentes de AVC e outras enfermidades desde 2018, sem cobrar sequer um vintém . “Temos pessoas que sofrem de hipertensão, obesidade, diabetes entre outras doenças, bem como as que vêm por questões de estética”, referiu.

Tomás disse que muitos dos pacientes assistidos naquele local acabam encontrando um lar onde desenvolvem relações de amizade uma vez que, com a doença, a maioria acaba se sentindo inferior na sociedade e nos lares.

Quando essa doença te encontra, na maioria das vezes, até o parceiro começa a fugir de ti ou a te desprezar”, razão pela qual “muitos não conseguem supera-la, porque o stress aumenta e a doença piora, mas a convivência que encontram aqui acaba ajudando tanto quanto a ginástica”, explicou.

Em seguida, contou com alguma satisfação que todos que chegaram ao campo sem andar já andam ou, pelo menos, fazem alguns movimentos próximos disso. “Temos doentes que, mesmo com algumas sequelas, se recuperaram e voltaram às suas actividades normais inclusive ao trabalho”.

Além desses, mister Agostinho conta com sete “pacientes” que, devido a condição em que se encontram, recebem assistência ao domicílio. Eles vivem em bairros diferentes. “Esses doentes, que dou treinos a partir das suas casas, acabam sofrendo um pouco porque nem sempre tenho tempo para os visitar”, lamentou.

Facto interessante é que o mister do bem não cobra nada pelo que faz. Não consigo cobrar. São pessoas que estão doentes e precisam de apoio. Enquanto eu puder, vou trabalhar com eles até conseguirem se movimentar”, disse.

 

MEIOS SÃO

UM DESAFIO

 

Apesar dos êxitos alcançados, com o resgate dos movimentos dos doentes, o treinador aponta para alguns desafios enfrentados, por um lado, na prática dos exercício e, por outro, no âmbito da segurança pessoal.

Segundo afiançou, torna-se muito arriscado para si trabalhar com doentes sem meios de protecção, uma vez que não pode ignorar a possibilidade de haver pessoas com enfermidades transmissíveis.

Já tivemos aqui algumas pessoas suspeitas de sofrerem de tuberculose, mas que não foram honestas o suficiente para contarem isso quando chegaram”, lamentou.

Acrescentou, entretanto, que o facto de estar a trabalhar sozinho dificulta a orientação de alguns doentes com uma estatura física relativamente maior. Além disso, o mister afirmou que a falta de tapetes e outros equipamentos básicos faz com que a roupa de treino dos participantes se suje muito, facto que constitui constrangimento, tratando-se de pessoas algumas das quais não têm capacidade de a lavar.

Ainda sobre esta questão, lembrou que, “antes da Covid, eu ia pedir caixas de papel no armazém para eles usarem como tapete, mas para evitar contaminações, tive que suspender esta acção, e agora cada um vem com uma capulana”, relatou.

 

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

- Jaime Bejamim Macuácua

 

Está em processo de vencer o AVC. Antes de ser acometido por esta doença, trabalhava como transportador de passageiros a longo curso. Com a doença que o deixou paralítico, sem trabalhar e com o seu mini-bus avariado, não consegue pagar taxi para ir às sessões de fisioterapia no Hospital Militar de Maputo.

Com efeito, faz ginástica no campo do Ferroviário, há sete meses. Lembra que, no princípio, chegava montado às costas devido a incapacidade de se locomover: “precisava de alguém para me carregar, para vir e voltar para casa. Mas, hoje em dia, caminho para onde quero, sem companhia”.

Ainda com o braço esquerdo incapaz de se flexionar com precisão, saúda a iniciativa dos treinos naquele local que, segundo relata, lhe trouxeram de volta à vida, sem se esquecer do apoio da esposa, quem hoje arca com as despesas da casa.

Sobre os treinos, disse que a falta de alguns materiais como tapetes e esponjas constituem desafio: “quando são dias de chuva, em que a terra fica húmida, torna-se complicado nos deitarmos no chão mesmo estendendo capulanas”.

 


 

Não conseguia me levantar

 

 

- Marlene Banze de 59 anos de idade

 

É mãe e dona de uma patente de Polícia. Chegou ao campo do Ferroviário das Mahotas, há dois anos, num estado que ela própria considera como péssimo.“Nem me sentar conseguia e precisava de alguém para me ajudar a levantar”.

Disse que  a doença tomou seu corpo em 2014, após um acidente que deixou seu filho mais velho paralítico e inconsciente. No ano seguinte, outro filho perdeu a vida, e tudo parou, inclusive as articulações musculares do lado direito.

Desde aquele ano, Banze ficou parada na vida e nos movimentos do corpo: “a paralisia já estava começar a atacar o meu lado esquerdo. Mas, há dois anos, estou a tentar me reerguer aos poucos. Venho aqui ao campo e faço movimentos para um dia voltar ao activo”.

Contra todos os preconceitos e abandono por parte de familiares, diz que já consegue se sentar na esteira, de onde consegue se levantar sem ajuda. Além da reabilitação física, ganhou esperança de ver o filho recuperado e de seguir em frente na vida.

Sobre as condições de trabalho, aqui no campo, estamos na estaca zero, conforme podem ver. Só temos espaço vazio: falta material. Se tivéssemos estaríamos melhor ainda,” concluiu.

 


Minha esposa é minha amiga

 

- Fernando Wassiquete de 69 anos

Há dois anos começou a fazer ginástica naquele local, para onde caminhava com ajuda de uma muleta. Passado um ano, largou a terceira perna” e já caminha sem ajuda, todas as manhãs, do bairro da Polana Caniço até ao Ferroviário e vice-versa.

Essa coisa de trombose chega com muita força, mas para recuperação leva seu tempo e exige dedicação”, comentou.

Com os filhos já casados, a morarem nas suas próprias casas, recebe cuidados da esposa, a quem cabe gerir e suprir as despesas da casa com o dinheiro que consegue vendendo verduras no mercado.

Não tenho amigos. A minha esposa é minha única amiga, e alguns colegas que também sofrem de trombose que conheci aqui no campo”, rematou.

 

Diminuí o peso

 

- Vicência Azarias de 46 anos

É a mais nova do grupo e sofre de diabetes. Começou a frequentar o local em Fevereiro deste ano, e diz que já perdeu pouco mais de cinco quilos.

Faço ginástica por recomendação médica. Quando cheguei aqui, estava mais gorda, mas em três meses consegui diminuir cinco quilos”, disse.

Acrescentou que fazer ginástica com um grupo composto por pessoas mais velhas e, mais do que isso, ver pessoas que não andavam a recuperar os movimentos é uma grande motivação.   “Faz-me crer que também sou capaz”.

 

A viver nova realidade

 

- Julião Rafael Machava

Homem de poucas palavras e um caminhar esforçado, chama alguma atenção pelo facto de ainda não conseguir entrar no ritmo do grupo. Ainda tem muitas dificuldades para se sentar e levantar.

A trombose antecipou-lhe a reforma: teve que arrumar os seus conhecimentos e experiência como engenheiro de mecânica hidráulica para se dedicar à recuperação dos movimentos paralisados pela doença.

De qualquer modo, reconhece que “é preciso ter muita paciência, a melhoria  não é imediata. Acontece milímetro a milímetro”.

Machava disse que com a doença tudo mudou na sua vida, que vive uma nova era: “já não penso naquilo que eu era antes. Agora estou a viver a realidade: sou outra personagem”.